Referências de Tite no passado aprovam discurso pé no chão
Na sua primeira entrevista como técnico da seleção brasileira, Tite manteve os pés no chão e até admitiu a possibilidade de o Brasil não se classificar à Copa de 2018, na Rússia. Um discurso aprovado pelos ex-jogadores Tostão, Zico, Paulo Roberto Falcão e Toninho Cerezo, personagens citados pelo novo treinador do Brasil como suas referências do passado.
Zico não somente gostou do que ouviu, como demonstrou preocupação com a falta de tranquilidade de Neymar.
- O risco existe, sim, porque o futebol brasileiro como um todo está deixando muito a desejar tecnicamente e taticamente. E seu melhor jogador anda muito nervoso contra os sul-americanos e não está rendendo o que se espera dele.Espero que ele implante a sua filosofia vencedora na Seleção.
Paulo Roberto Falcão apoiou a sinceridade:
- A preocupação não é só do Tite - destacou Falcão: - Tem que ter o pé no chão. Não se deve dizer que a seleção vai ganhar a Copa do Mundo, a medalha olímpica. Não se pode ficar imaginando que, porque a gente tem história, o Brasil vai se classificar só no nome. Acho até que vai se classificar, mas é preciso enxergar que os riscos fazem parte de qualquer time e seleção.
Tostão, citado por Tite como uma de suas melhores lembranças do futebol na infância, junto a Clodoaldo, compartilha do realismo do treinador da seleção:
- Foi sincero. É a realidade. Se o Brasil não melhorar, corre o risco. Não é mais uma grande zebra o Brasil ficar fora da Copa. Como criou-se o mito de que temos o melhor futebol do mundo, é mais difícil aceitar a realidade de que o Brasil está igual aos outros e pode ganhar ou perder.
Toninho Cerezo também dá seu apoio Tite. E é tão sincero quanto ele.
- Se o Dunga teve dificuldades, acredito que o Tite vai ter também.
A chegada de Tite põe fim à tese de Dunga sobre gerações que jogaram bonito e nada ganharam. O novo treinador fez questão de elogiar a seleção de 82, citando Cerezo, Falcão, Zico e Sócrates.
- Acho importante esse reconhecimento porque, no futebol, não se gosta só de quem no final vence. O importante é o que se deixa para as gerações que vêm depois - ressaltou Zico.
- Tite foi um jogador técnico. Talvez, por isso, tenha se referido à seleção de 82 - lembrou Falcão.
Crédito: EXTRA Globo